Já imaginou uma parceria entre os gestores e a comunidade escolar, na qual todos participam - direta e indiretamente - das tomadas de decisões da escola? Saiba que isso existe e esse é o conceito fundamental de gestão democrática e participativa!
Inclusive, essa forma de gerir a escola traz muitos benefícios para alunos, docentes e gestores. Por meio dela, é possível deixar os alunos mais engajados e uma sociedade comprometida com a cidadania e educação. Além disso, acredite, pode melhorar até mesmo a gestão financeira da instituição.
Quer entender melhor sobre gestão democrática e participativa? Continue a leitura e veja detalhes desse tipo de gestão escolar!
Na gestão participativa, a escola é vista como um espaço coletivo. Ou seja, onde todos devem se comprometer e ser responsáveis pelas decisões tomadas pela instituição. Isso vale para as diversas áreas da escola.
Nesse modelo de gestão, é preciso ouvir a opinião de todos envolvidos na rotina escolar:
Para ser classificada como gestão participativa, alguns princípios são indispensáveis, como a descentralização e a participação. Afinal, como o nome sugere, todas as decisões, tanto administrativas quanto pedagógicas, são tomadas de maneira descentralizada, ou seja, com a participação de todos.
Além disso, outro princípio importante nesse modelo é a transparência. Isso significa que qualquer decisão tomada pela escola deve ser do conhecimento de todos.
A democracia no Brasil é relativamente nova. Porém, a ideia de educação democrática é um pouco mais antiga: a primeira discussão sobre o assunto ocorreu no início do século XX, durante o governo de Getúlio Vargas.
Durante a ditadura militar, o assunto ficou esquecido por um bom tempo — sendo retomado apenas após o fim do período. A proposta tem como objetivo uma educação plural, que permita a inclusão e participação de todos.
Com base nesse pensamento, foi criado um artigo na Constituição Federal de 1988 que garante a educação a todos os cidadãos. Isso tem tudo a ver com a gestão democrática e participativa nas escolas, justamente por procurar incluir e considerar a opinião de toda a comunidade escolar em suas ações.
Entre as principais vantagens do modelo de gestão democrática e participativa é o engajamento dos alunos com a instituição e com questões cidadãs. Consequentemente, o próprio desempenho deles aumenta também.
Outro ponto interessante é a qualidade de ensino, pois, com a colaboração de todos, é muito mais fácil adequar as ações da escola às necessidades e demandas de alunos e professores. Além, claro, de criar um ambiente leve, que promova o bem-estar e a interação de todos.
A gestão escolar participativa também auxilia no processo de cobrança de profissionalismo dos professores e gestores. Assim como permite que a grade curricular esteja sempre atualizada e sintonizada com o contexto socioeconômico da comunidade.
Além disso, os alunos passam a ter uma visão mais abrangente sobre a vivência em comunidade e a importância de estar atento aos problemas sociais.
Para os gestores, a gestão escolar participativa favorece e facilita ações assertivas, pois ajuda a compartilhar responsabilidades e tomar decisões. E, por descentralizar as tarefas, também diminui o isolamento administrativo do gestor e melhora suas atividades junto à equipe.
A sociedade ao redor, por sua vez, também ganha com esse tipo de gestão. Com a estrutura democrática, a instituição reúne objetivos comuns à escola e à comunidade, fortalecendo a cidadania e dando voz às pessoas inseridas nesse ambiente.
Por ser uma questão complexa, a gestão democrática e participativa pode apresentar dificuldades para ser implementada. Na verdade, os próprios alunos, professores, gestores e pais contribuem, de alguma forma, para deixar a escola menos democrática.
Isso porque estamos acostumados com uma gestão educacional centralizada, no qual as decisões são tomadas por poucas pessoas — normalmente, apenas diretores e coordenadores opinavam sobre questões importantes referentes à educação. Nesse modelo, os professores, alunos e pais tinham seus papéis bem definidos e inflexíveis: ensinar, aprender e acompanhar a evolução do aluno, respectivamente.
Já no modelo de gestão participativa, cada um que faz parte da comunidade tem um tipo de desafio. Os diretores da escola, por exemplo, têm o desafio de aprender a escutar outras opiniões, entender as críticas e desenvolver uma boa gestão coletivamente.
Os alunos precisam desenvolver maturidade e o papel cidadão, já que, além de estudantes, eles vão participar de decisões e outras questões importantes na escola.
Já para os pais, um dos grandes desafios é participar ativamente de reuniões e debates. É preciso que eles se conscientizem da importância de suas opiniões e colaboração para que todo o processo funcione da maneira certa.
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A seguir, pontuamos algumas coisas que dificultam o avanço desse processo.
Talvez o maior desafio para a implementação da gestão escolar participativa seja a direção da instituição. Por exemplo, ter tarefas muito centralizadas nas mãos dos gestores da escola costuma sustentar uma postura autoritária e isso dificulta a iniciativa democrática.
Para muitos estudantes, a escola é um lugar para aprender uma matéria, fazer provas e passar de ano. Parece exagerada e fria, mas essa visão sobre o papel da instituição é bastante comum. Muitos não compreendem que a instituição é um lugar libertador e fomentador da democracia, que de fato forma cidadãos.
O modo de ensino que preza pela passividade do aluno é um problema para a gestão democrática e participativa, pois ela não apoia essa hierarquia em que o professor é o detentor do conhecimento e o aluno apenas um ouvinte desse processo. Isso não abre espaço para participação.
Reuniões de pais vazias e estudantes que chegam sem o dever de casa feito são alguns dos sinais da falta de participação dos pais no processo escolar. Se eles não estão se preocupando com o desempenho dos seus filhos, como vão pensar em contribuições para a vida coletiva da escola? Por isso, é essencial que a escola mostre a importância da participação dos pais e responsáveis na rotina escolar dos estudantes.
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Com todas as dificuldades levantadas, pode parecer utopia implementar a gestão democrática e participativa na sua instituição. Mas, acredite, existem maneiras práticas de obter esse resultado, desde que seja possível contar com o apoio de todos.
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O primeiro passo para implementar a gestão escolar participativa é fazer com que os gestores abandonem a postura de chefes e adotem a de líderes. É necessário assumir um perfil estratégico e abrir mão do poder e do autoritarismo. Lembre-se do principal: uma gestão democrática se dá pela colaboração.
Nesse sentido, os gestores devem melhorar a sua capacidade de ouvir e aceitar sugestões e críticas. Esse comportamento receptivo permite que a comunidade escolar se sinta mais à vontade para se reunir com a direção ou coordenação e expor suas ideias.
Também é interessante que os gestores deleguem mais as tarefas. Em vez de resolver tudo sozinhos, devem estimular a participação da equipe como um todo, valorizar o potencial de cada um e compartilhar as responsabilidades.
Ainda no ponto de vista prático, a gestão da escola deve fortalecer suas iniciativas internas, como os grêmios estudantis, os conselhos e assembleias pedagógicas, que devem ter uma participação ativa nas decisões da instituição.
Seja por trabalho ou falta de tempo, muitos pais ou responsáveis dizem que não podem participar mais de atividades da vida escolar. Para mudar esse cenário, a escola pode realizar campanhas de conscientização da participação dos responsáveis na rotina acadêmica dos filhos. Vale a pena compartilhar dicas nas redes sociais, enviar comunicados e lembretes por e-mail e distribuir materiais impressos. ou reuniões online para falar sobre isso.
Em alguns casos, é válido até mesmo fazer visitas domiciliares e reuniões online em horários alternativos. Assim, os pais que trabalham durante o dia todo poderão participar de reuniões marcadas à noite, por exemplo.
A postura de que somente a direção da escola e os professores podem decidir sobre tudo é uma pedra no sapato para a gestão democrática e participativa. É preciso estimular a autonomia dos alunos no processo.
Ou seja, incentivar que os alunos participem de reuniões e exponham suas opiniões. Também é interessante criar desafios para que eles se sintam mais motivados a agir. Por exemplo: pode-se dar a eles a responsabilidade de produzir eventos na escola ou campanhas que sejam de seu interesse.
Assim, um modelo de cidadania e participação é construído. Como resultado, teremos jovens mais interessados em defender seus objetivos e se tornarem adultos mais responsáveis.
Por último, para ajudar no processo de gestão escolar como um todo, é interessante identificar os gargalos existentes na escola: fazer um mapeamento dos processos e um levantamento de erros e falhas ajuda a eliminar o que atrapalha a gestão democrática e participativa.
Agora, conta pra gente: o que você acha desse modelo de gestão? Deixe um comentário no post e compartilhe sua opinião!
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